Ainda vale a pena jogar ‘Call of Duty: WWII’? – O Vício

Desenvolvido pela Sledgehammer Games, Call of Duty: WWII foi escolhido como um dos escolhidos na PS Plus deste mês, mas será que ainda vale a pena joga-lo quase três anos depois do lançamento?

Call of Duty: WWII conta a história de Daniels, um jovem recruta na 1ª Divisão de Infantaria dos EUA que vivencia o combate pela primeira vez no Dia D. Após sobreviver nas praias da Normandia, seu pelotão vai lutar pela Europa, atacando o inimigo em locais de batalha icônicos como a Floresta de Hürtgen e a Batalha do Bulge à medida que avança para a Alemanha.

Desde seu anúncio, o projeto prometia uma abordagem totalmente realista, se afastando da temática futurista de Infinite Warfare, mas após uma introdução verdadeiramente incrível, no melhor estilo “O Resgate do Soldado Ryan“, podemos dizer que este acabou morrendo na praia.

Por falar em “O Resgate do Soldado Ryan”, existem outros momentos do filme inseridos dentro do contexto do jogo, e justamente por não ser algo tão sutil, acaba incomodando. Lembra quando Tom Hanks estava à beira da morte atirando em um tanque de guerra enquanto aguardava pelos aviões aliados? Pois é, prepare para ver isso novamente, mas sem sem nenhum tipo de background que faça você se importar com os personagens.

A campanha curta seria totalmente perdoável caso o jogo te apresentasse um foco específico, algo que infelizmente não acontece. Nesse quesito, o ponto que mais agrega é a atuação de Josh Duhamel (Transformers), grande estrela do projeto e intérprete de Pierson, um sargento que precisa limpar seu nome após eventos obscuros em sua missão anterior. No entanto, assim como quase todos os outros elementos, sofre com o excesso de clichês, inclusive no desfecho.

A jogabilidade é relativamente simples, e funciona na maior da parte do tempo. Temos alguns problemas principalmente quando seu personagem precisa ajudar um companheiro ferido no campo de batalha (algo que vale até troféu, caso esteja interessado na Platina). Na missão de introdução, dentro de um momento conhecido como “scriptado” (roteirizado), isso funciona perfeitamente, mas quando se prova necessário em outras missões, se torna uma tarefa árdua. Você simplesmente bate em uma parede invisível, pois só pode mover o corpo do soldado aliado em uma única direção.

Aliás, outro detalhe que me chamou a atenção é o fato do jogo ter sido desenvolvido com “gatilhos”. Em praticamente todas as missões, seus aliados só se movem caso você também siga em frente. Ou seja, se encontrar um local estratégico para derrotar os inimigos, teoricamente abrindo uma brecha para seus companheiros avançarem, fique ciente de que isso não vai acontecer, ao menos que se trate de um momento previsto no roteiro.

No que diz respeito ao visual, temos um trabalho impressionante. A transição entre gameplay e cenas cinemáticas impressiona pela velocidade e suavidade, e a recriação dos rostos dos atores também é digna de nota. O mesmo vale para os cenários, que conseguem trazer uma boa imersão na Alemanha da Segunda Guerra Mundial.

Existem missões na França e na Bélgica, ainda que sem tanto destaque. O único ponto que vale ser citado é aquele onde controlamos caças (dentro da missão “A Batalha do Bulge”), um dos mais divertidos do jogo.

No final das contas, “Call of Duty: WWII” apostou no básico e se tornou uma oportunidade perdida de criar algo realmente especial dentro da franquia, ainda que seu sucesso comercial tenha sido indiscutível. Em apenas três dias, foram arrecadados nada menos do que US$ 500 milhões, e quase três anos após o lançamento, estima-se que os lucros estejam próximos de US$ 1 bilhão.