GTA Online e Free Fire são usados para recrutar jogadores ao cartel de drogas mexicano, diz Forbes – Tudocelular.com

O cartel de drogas mexicano (da vida real) está recrutando pessoas para trabalhem em suas operações criminosa através do GTA Online, segundo uma denúncia publicada no início desta semana pela revista Forbes.

A polícia local investigava essa possibilidade desde o ano passado, embora houvesse poucas evidências de que o caso fosse real, mas novas descobertas de investigadores dos Estados Unidos indicam que, de fato, a organização criminosa mexicana está contratando mulas para o transporte de drogas utilizando o mundo aberto do GTA Online.

A matéria da revista começa mencionando um ocorrido em novembro de 2021. Os inspetores do Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras do Arizona, nos Estados Unidos, descobriram uma carga de 60 kg de metanfetamina em um Jeep Cherokee. Alyssa Navarro, motorista do utilitário, expôs o caso às autoridades na ocasião.

A condutora do SUV explicou que, no mês de janeiro daquele ano, estava jogando o título mais popular da Rockstar Games quando conheceu um homem que se apresentava como “George”. Ambos, eventualmente, começaram a conversar pelo Snapchat.

Navarro afirma que o homem lhe propôs um trabalho de “entrega de produtos eletrônicos”, instruindo que utilizasse um veículo selecionado e cedido pelo próprio e parasse para abastecer em postos de gasolina específicos. O pagamento seria de até 2 mil dólares, algo em torno de R$ 10 mil, a depender do volume da carga.

Ao ser questionada, a detida concordou que achava a oportunidade de trabalho “boa demais para ser verdade”. O boletim de ocorrência sugere que a motorista não tinha conhecimento das drogas que, segundo as autoridades, ficava armazenada no tanque de gasolina.

Avançando para outubro de 2021, um caso alheio ao Grand Theft Auto Online, embora muito similar, ocorreu em Oaxaca, no México. Três jovens menores de idade afirmam ter sido recrutados para trabalharem como vigilantes do cartel através do Garena Free Fire, o popular jogo de battle royale para celulares.

As crianças, na faixa entre 11 e 14 anos — relatam que um pagamento de 200 dólares, isto é, cerca de R$ 1 mil, foi oferecido. Os suspeitos diziam que tinham as passagens de ônibus em mãos para que os jovens ingressassem na organização criminoso, conforme aponta Ricardo Mejía, assistente da secretária de segurança pública do México.

A popularidade dos jogos eletrônicos aumentou expressivamente nos últimos anos e, com o fator pandêmico, o volume de jogadores está acima do comum. Aparentemente, este é um novo ambiente de foco dos criminosos.