A Sony acredita que Call of Duty influenciaria os jogadores a trocarem seu console por um Xbox, caso a compra da Activision Blizzard pela Microsoft seja aprovada.
As informações foram reveladas por um questionário respondido pela companhia japonesa ao órgão brasileiro CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que assim como outros ao redor do mundo, que analisam a proposta da Microsoft.
Para finalizar a aquisição da Activision Blizzard, a Microsoft precisa da aprovação legal dos órgãos reguladores de concorrência ao redor do mundo. Apesar de a Comissão Federal de Comércio (FTC) nos EUA e a Autoridade de Competição e Mercados (CMA) no Reino Unido serem os maiores, é necessário também o parecer de outros órgãos.
Uma das etapas principais do processo de análise são os questionários. Os órgãos reguladores perguntam a terceiros sobre a aquisição para compreender como isso poderia afetar o mercado. No Brasil, o governo é transparente sobre a Administração Pública, o que permite que qualquer um possa ver as respostas da empresa aqui.
Bandai Namco, Ubisoft, Warner Bros., Riot Games e a Sony se pronunciaram. Entretanto, a companhia japonesa mostrou receio com o negócio. Ela cita que a franquia Call of Duty pode influenciar um consumidor a escolher o seu console e se refere a ela como um blockbuster que não possui rival, além de seu orçamento inigualável e estrutura de desenvolvimento gigantesca.
A Sony também traz um estudo de 2019 que revelou que a importância de Call of Duty para o entretenimento é indescritível, estando ao lado de outras franquias consagradas como Star Wars, Game of Thrones, Harry Potter e O Senhor dos Anéis.
Para reforçar sua importância, a Sony trouxe números de engajamento nas redes sociais de Call of Duty. A franquia tem mais de 24 milhões de seguidores no Facebook contra 7 milhões de Battlefield e mais de 12 milhões no Instagram contra 2 milhões de Battlefield. Além disso, a companhia japonesa cita o jogo como sinônimo de jogos de tiro em primeira pessoa, definindo a categoria.
Em janeiro, a Sony se pronunciou oficialmente pela primeira vez sobre aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft. Ela havia dito esperar que a franquia Call of Duty continuasse multiplaforma por acordos contratuais. Phil Spencer confirmou ter intenção de manter a saga multiplataforma caso a compre fosse aprovada, entretanto, a Activision Blizzard só tem contrato para mais três jogos de Call of Duty no PlayStation, incluindo Modern Warfare 2 que sairá em outubro.
Nas listas anuais, Call of Duty sempre aparece como um dos títulos mais populares do PlayStation. No ano passado, Vanguard e Black Ops Cold War foram os títulos mais vendidos dos consoles da japonesa nos Estados Unidos.
Caso a aquisição da Activision Blizzard seja aprovada, a Microsoft passa a ser dona de franquias como Call of Duty, Warcraft, Diablo, Overwatch, Tony Hawk, StarCraft e Candy Crush. Além disso, os títulos da companhia seriam lançados diretamente no Xbox Game Pass.
As we extend the joy and community of gaming to everyone, we are incredibly excited to welcome the fantastic teams and iconic franchises of Activision Blizzard to Team Xbox https://t.co/DVrgYS8ssB
— Phil Spencer (@XboxP3) January 18, 2022
Os estúdios Activision Publishing, Blizzard Entertainment, Beenox, Demonware, Digital Legends, High Moon Studios, Infinity Ward, King, Major League Gaming, Radical Entertainment, Raven Software, Sledgehammer Games, Toys for Bob e Treyarch também estarão sob a tutela da Microsoft.
Vale também lembrar que a Activision Blizzard é dona da Major League Gaming, uma das maiores organizações profissionais de esportes eletrônicos do mundo com mais de 10.000 funcionários.
A Microsoft anunciou em janeiro o acordo para comprar a Activision Blizzard por US$ 68,7 bilhões (~R$ 371 bilhões), o maior negócio da indústria de tecnologia até hoje.
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