Quatro amigos e um projeto: conheça os alunos da CVSI que criaram o colégio no Minecraft
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Bruna Nazareth – Especial para o Diário
Inteligência, criatividade, persistência e amizade, foram alguns dos elementos que os alunos Miguel Rispoli de Oliveira de Freitas, Pedro Henrique Rodrigues Weinem, Gabriel Medeiros de Oliveira e Mateus Albuquerque Araújo Silva, todos de 15 anos, usaram para desenvolver um mapa do Colégio Vicentino Santa Isabel (CVSI) no Minecraft – um jogo que permite construir qualquer coisa em blocos no mundo virtual.
Tudo começou durante a pandemia, quando Miguel de Oliveira e Gabriel Medeiros viram um tutorial no TikTok e tentaram construir no jogo o CVSI, mas por não ter muitas fotos da escola – pois os meninos usavam o Google Maps para visualizar a construção – eles desistiram no meio do caminho. Entretanto, isso não os impediu. Em novembro de 2021, Oliveira decidiu voltar com a ideia de construir a escola, que tem 11.648 m² de construção.
“A primeira vez que nós tentamos foi durante a pandemia. Eu e o Medeiros começamos pela entrada da portaria, mas ainda faltava muita coisa e nós paramos. Depois de um tempo, no ano passado em novembro, eu voltei com essa ideia e comecei sozinho do zero a construir. E depois o Pedro viu e se interessou pelo mapa e nós fomos construindo, até que o Mateus e o Medeiros voltaram a ajudar”, conta Miguel.
Saudades e o gosto por videogame os mantiveram distraídos na pandemia
Os meninos sempre foram amantes do Minecraft e, no começo da pandemia da Covid-19, quando não tinha, muitas opções para eles se entreterem, o jogo foi o que os chamou atenção para se manterem ocupados e distraídos do que estava acontecendo no mudo.
“Com a quarentena, não tinha muita coisa para fazer em casa. O jogo fez com que nós nos distanciássemos das coisas que estavam acontecendo no mundo. Conversar com os amigos e jogar, é sempre muito bom”, conta Gabriel. Os meninos são amigos há bastante tempo e essa amizade e gostos parecidos fizeram com que tivessem essa incrível ideia.
“Nunca considerei como trabalho, considerava como uma atividade extra que eu gosto. Junta o videogame, que é o que eu gosto, junto com os meus amigos, fazendo a mesma coisa com o intuito das outras pessoas gostaram, foi bem maneiro”, afirma Oliveira.
Devido às restrições da quarentena, os meninos ficaram afastados e afirmam que o ambiente escolar foi o que eles estavam com saudades.
“Por causa da pandemia nós estávamos muito afastados. E quando a gente voltou, em novembro, nós vimos que ainda tinha colegas de classe online e percebi que a escola é um lugar muito legal, pois você está ali convivendo. Então, por que não recriar a escola para você entrar no mapa e se sentir naquele lugar?”, conclui Miguel.
“Não tem jeito, a escola faz parte de quem a gente é”, afirma Mateus.
A importância do incentivo no projeto
Com um projeto grande e algumas limitações que o jogo virtual traz, para continuar e manter o foco, os meninos receberam muitos incentivos, principalmente da professora Lara Sayão, do Projeto de Vida.
“O ponto de partida, nós começamos por conta própria. Mas o que deu motivação para a gente continuar foi a Lara, professora do Projeto de Vida. Ela se interessou e mandou a gente trazer o videogame para as pessoas verem como tinha ficado. A partir daí, a coordenação viu e se interessou”, contou Miguel.
“As crianças também gostaram, o que também criou motivação para terminar a escola”, afirma Gabriel e Pedro Henrique, sobre a importância do projeto estar sendo interessante e sendo o motivo de incentivo para outros alunos.
Mesmo com o projeto ainda em andamento, os meninos começaram a fazer palestras sobre o projeto para outras turmas do Colégio Vicentino Santa Isabel. E o primeiro grande evento deles foi à abertura das Olimpíadas.
“Quando nós estávamos construindo, nós não tínhamos apresentado para ninguém do colégio. Mas nós pensamos que quando terminássemos o projeto, como seria legal mostrar para o pessoal no teatro”, conclui Henrique.
Mesmo com essa ideia que passou pela cabeça deles, eles não imaginavam palestrar tão cedo para outras pessoas com o projeto ainda em andamento.
“Quando nós recebemos a notícia, foi um susto, pois no dia anterior nós recebemos a notícia e nós tivemos que correr. O nervosismo bateu, pois você olhava para todos os lados e tinha gente em todos os cantos”, conta Mateus Albuquerque, sobre como foi os primeiros sentimentos em relação a se apresentar para tantos alunos.
Orgulho da escola
O Colégio Vicentino Santa Isabel, se sente muito orgulhoso por essa iniciativa e por fazerem parte dessa jornada dos alunos.
“O Projeto foi uma iniciativa incrível dos alunos. Ficamos muito encantados com cada detalhe apresentado no jogo e fomos oportunizando momentos especiais para que pudessem apresentar para as turmas e para os professores. O protagonismo dos alunos se fez presente em todo o processo de criação. Ficamos muito felizes e orgulhosos do papel que eles estão ocupando no processo de aprendizagem. Valorizamos cada conquista, incentivando e motivando os meninos. Esta iniciativa está despertando um grande interesse nos demais alunos. Eles são brilhantes”, afirma Bianca Amador Gomes, Coordenadora Pedagógica do colégio.
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