Neil Newbon (eterno Astarion em Baldur’s Gate 3 ) e Ben Starr (conhecido por ser Clive em FFXVI, mas agora mais elogiado por interpretar Verso em Clair Obscur: Expedition 33 ) ficaram encantados em se juntar ao projeto de Abubakar Salim, que depois de Tales of Kenzera: ZAU e sua recepção morna queriam encontrar uma nova abordagem com uma história mais íntima, mas menos ligada às suas experiências. O mundo da atuação foi sua inspiração. Mas, além de combinar talentos de atuação e direção, Dead Take é um exercício de introspecção nas profundezas do ser humano. Aquele cantinho da alma que todos nós temos que é mais escuro e geralmente acorrentado, aqui é liberado para nos mostrar do que um homem é capaz para conseguir o que quer.
Não há muito a dizer em um nível técnico sobre Dead Take. É apresentado como um título de ‘sala de fuga’ de terror psicológico, no qual controlamos um aspirante a ator que conseguiu o maior papel de sua vida chamado Chase (dublado por Newbon), tudo isso enquanto ele vai a um encontro na mansão do produtor de um grande filme de Hollywood. Mas quando ele chega, ele percebe que seu amigo e também rival pelo papel principal Vinnie (Starr) está presente. Como jogadores, nos movemos em primeira pessoa pelas diferentes salas da mansão, procurando pistas sobre o convite que nos trouxe até lá e, aliás, sobre o destino dos outros personagens que aprendemos por meio de fitas, vídeos pré-gravados e imagens estáticas. É assim que vemos, por exemplo, Matt Mercer, Sam Lake, Laura Bailey, Travis Willingham, Jane Perry e Alanah Pearce.
É claro que Salim se cercou de amigos e pessoas com ideias semelhantes para seu projeto, mas também com um envolvimento mais pessoal, já que o tema do jogo está relacionado às suas próprias profissões no mundo real. Não quero dizer que haja algo real em Dead Take (espero que não), mas as atuações de todos os envolvidos (e, é claro e acima de todos os outros, as de Newbon e Starr) são impecavelmente trabalhadas. Eles são, para mim, a principal razão para entrar na escuridão opressiva de Dead Take.
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Não sou um grande fã desse tipo de jogo de quebra-cabeça, porque sempre senti que um quebra-cabeça requer reflexão e calma para ser resolvido, e operar com base na premissa do estresse não se encaixa na minha ideia atual de gostar de videogames, mas a experiência em Dead Take é mais narrativa do que resolução de quebra-cabeças. Se você estiver suficientemente envolvido na trama e seguir cuidadosamente as próprias pistas e diálogos internos do personagem, não terá dificuldade em enfrentar os 12 objetivos principais desta aventura. O estresse aqui, ao invés de ser devido a fatores de jogabilidade ou cronômetros, é devido à própria atmosfera que é gerada ao seu redor e que você mesmo exala.
Acho que Dead Take poderia ter aproveitado muito mais isso dando um pouco mais de alma ao cenário, sendo tão importante quanto é. A mansão é um lugar vazio e modernizado, de acordo com o que (imagino) será a moda na decoração hoje em dia. Prestar mais atenção às texturas e pequenos detalhes do ambiente teria dado ao próprio lugar mais uma sensação de atmosfera, em vez de transformá-lo em um “ir do ponto A ao B”. Quanto aos quebra-cabeças, além de alguns momentos de olhar um pouco mais para trás, eles não serão um grande problema.
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Como não quero e não devo me aprofundar na história, exceto para dizer que se você é fã de algum dos nomes familiares que mencionei anteriormente, este jogo deve lhe interessar, devo admitir que as quase quatro horas Dead Take duraram me fizeram refletir não apenas sobre simuladores de caminhada, mas sobre até onde um ser humano é capaz de ir para alcançar o que (pensa que) quer. Não tenho dúvidas de que quanto mais os jogadores compartilharem suas experiências depois de terminar o jogo, mais diferentes serão as abordagens de sua jornada e sua conclusão. Se você não se importa em ter que lidar com um cenário tenso e talvez enfrentar seus próprios demônios internos, Dead Take oferece um elenco de estrelas em seus papéis e uma história que o prende do início ao fim.
