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Estratégia utilizada pelos times, “quebrar call” nada mais é do que a disputa por um local do mapa com outra equipe. Apesar de ser normal, durante anos, vários casos chamaram a atenção da comunidade de Free Fire em relação a possíveis favorecimentos nessas “brigas” por call e a polêmica se instaurou. O caso mais recente aconteceu na final da LBFF 2021, no último sábado (20), quando o Corinthians, postulante ao título, foi surpreendido por Cruzeiro, Team Liquid e SS em sua call padrão. Jogadores e torcida do Timão reclamaram de terem sido prejudicados propositalmente. Cruzeiro e Team Liquid se defenderam das acusações. Procurada pelo ge, a Garena afirmou que não houve violação nas regras.
Partida presencial na LBFF — Foto: Bruno Alvares/Garena
Partida presencial na LBFF — Foto: Bruno Alvares/Garena
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Como são definidas as calls e o que caracteriza uma “quebra de call”?
As calls são definidas através dos treinos e do desenrolar de um torneio. Pensando no cenário competitivo, o ideal é que cada equipe consiga se armar e se proteger para um confronto posterior de forma equilibrada. Nenhum time é “dono” de uma call ou de algum lugar, porém, todos eles sabem, mais ou menos, onde cada adversário gosta de cair.
A quebra de call nada mais é do que quando um time não é acostumado a cair em um lugar, não treina nele e no campeonato decide cair lá, mesmo sabendo que já tem outro time e que possivelmente terá uma trocação cedo. Do ponto de vista do jogo, não há restrição para times caírem em locais pré-determinados — as equipes caem onde quiserem e não precisam “avisar” em quais locais vão. A quebra de call, inclusive, é uma estratégia do jogo.
— Foto: Divulgação/Garena
— Não acho que seja anti-jogo um time cair junto com o outro, é muito difícil isso acontecer também. Se você estiver disputando algo com times abaixo de você, aí sim é normal acontecer. Nessa horas tem que vir do treinador a call de cair em outro lugar. Muitos times vão para o tudo ou nada nessas situações. Isso é mais que óbvio para nós jogadores — declarou Matheus “Modestia”, capitão da Vivo Keyd na LBFF 4, em entrevista ao ge.
Modestia, da Vivo Keyd, esteve na seleção da LBFF 2020, e é considerado um dos melhores capitães do jogo — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Modestia, da Vivo Keyd, esteve na seleção da LBFF 2020, e é considerado um dos melhores capitães do jogo — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Se é permitido cair em qualquer lugar, qual o problema então?
O “X” da questão, como citado no começo, é que, ao longo dos anos, diversos casos de possíveis favorecimentos chamaram a atenção dos espectadores, tanto no cenário mobile, quanto no cenário emulador. As acusações de que times atrapalham adversários de “parceiros” na briga por um título ou por uma vaga são comuns. Pela regra estipulada pela Garena, o ato comprovado de conspirar é passível de penalização e até mesmo desclassificação da competição.
Isso foi o que aconteceu em outubro de 2020. RafaX, então jogador da Los Grandes, e Cebolinha, do Cruzeiro, foram punidos por conspiração. A penalização aconteceu após RafaX pedir ajuda a Cebolinha para que a Los Grandes não caísse para a série B. Na comunidade, esse pedido é conhecido como “Tio Sam”, que acontece quando um time solicita ajuda de outra equipe, prejudicando um adversário diretamente. Os jogadores foram investigados e punidos — RafaX pela intenção e Cebolinha pela conivência —, e não terminaram de jogar a terceira etapa da LBFF 2020.
Equipe de Free Fire do Cruzeiro — Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar/Garena
Equipe de Free Fire do Cruzeiro — Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar/Garena
Houve quebra de regra na final da LBFF? O que a Garena achou?
A resposta oficial da Garena, desenvolvedora do jogo e responsável pela LBFF, é de que não. Procurada pela reportagem do ge, a empresa informou que a quebra de call é uma estratégia de jogo e que algumas equipes podem adotar ou não. Portanto, não é considerada anti-jogo. A desenvolvedora ressaltou que o caso envolvendo o Corinthians na final da LBFF no sábado foi normal e não houve quebra das regras.
— O que aconteceu (na final) era bem óbvio pela tabela. Todos os times que estavam abaixo do Corinthians e tinham chance ainda de classificar para o play in precisariam zerar o Corinthians e fazer uma boa queda. Poderiam ter feito o mesmo com LOUD e Fluxo, mas creio que como Sentosa é uma call que é muito difícil de outro time chegar, eles (Cruzeiro, Team Liquid e SS) preferiram cair lá. No fim, se encontraram quatro times – opinou Modestia.
Emocionado, Cerol chora após titulo do Fluxo na LBFF — Foto: Reprodução
Emocionado, Cerol chora após titulo do Fluxo na LBFF — Foto: Reprodução
A opinião de jogadores sobre o assunto e o ocorrido
Nathan “Negoo”, um dos integrantes do elenco do Corinthians nessa LBFF, viu de fora a final e testemunhou a frustração da equipe com o ocorrido. Segundo ele, a quebra de call é algo normal, porém, a disputa por um mesmo local entre quatro times foi “estranha”.
— Não aconteceu isso só nessa queda, mas em uma outra também em que zeramos a pontuação. […] A gente não esperava que fossem cair três times com a gente na última queda. Nunca, jamais. Dois a gente até esperava, agora três? Foi um negócio estranho. […] Tem muita coisa referente a isso no Free Fire, mas é normal. Faltou um pouco de malandragem, um pouco de malícia para a gente. Se tivéssemos um pouquinho de malandragem para mudarmos de call teríamos sido campeões tranquilo — declarou o atleta em entrevista ao ge.
Negoo participou de 32 das 79 quedas do Corinthians na LBFF — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Negoo participou de 32 das 79 quedas do Corinthians na LBFF — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Logo após o término da LBFF, Vagner “vgzinnn”, também atleta do Corinthians, apareceu em seus stories emocionado e desabafou.
— Tenho quase três anos de competitivo e nunca na minha vida fiz isso de quebrar call, de f* algum time. Nunca, nunca na minha vida. E nunca vou fazer. Acho isso a coisa mais e* do mundo. Se você não é capaz de conseguir sozinho, jogando do jeito certo, você usa um jeito sujo para dar o título para outro — disse Vg no Instagram.
Vgzin na LBFF 4, pelo Corinthians — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Vgzin na LBFF 4, pelo Corinthians — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Procurado pela reportagem do ge, o manager de Free Fire da Team Liquid, Bruno “MRT” Santos, se posicionou através de uma nota e disse que em momento algum a Cavalaria teve como meta prejudicar outro time. A equipe, assim como o Cruzeiro e a SS, brigava pelo topo da tabela até a última queda da final. Campeã do Free Fire Continental Series (FFCS) 2020: Américas, a TL terminou a primeira etapa da LBFF 2021 na oitava colocação.
— A Team Liquid tinha chances de brigar pela vaga no mundial até a última queda. Demos nosso melhor e trabalhamos para classificar, em momento algum tínhamos como meta prejudicar outra equipe. Entendemos a frustração do torcedor por ver seu time morrer na última queda, mas nosso time pensa única e exclusivamente nos nossos próprios objetivos. É uma competição e, assim como todos os times ali competindo, lutamos até o fim pela classificação — declarou o manager.
Líder do elenco da Raposa, Patrick “Nativa” justificou em suas redes sociais que caiu junto de Corinthians e Team Liquid em busca de conquistar mais pontos. O Cruzeiro também brigava pelo topo da tabela e terminou a competição na terceira colocação, a cinco pontos do troféu e da vaga para o Mundial.
— Para quem está falando que foi panela, amizade… Mano, isso não existe, pô. Com a gente não teve nada disso. A gente queria ir pro Mundial, eles (Corinthians) estavam na nossa frente. Dois times (Corinthians e Team Liquid) pularam em Sentosa e nós não vamos atrás? Tá maluco? — declarou o atleta por meio de seus stories no Instagram.
Nativa, jogador de Free Fire do Cruzeiro — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Nativa, jogador de Free Fire do Cruzeiro — Foto: Foto: Bruno Alvares e Jéssica Liar
Após a partida, o jogador chegou a receber hate e foi vítima de racismo nas redes sociais por conta do ocorrido. Em seu Twitter, Nativa não se abalou e disse que o preconceito não o atingirá.
Um monte de doente chamando de macaco no privado achando q vão me atingir, se o maior problema do racismo fosse esses idiotas eu tava é de boa